Nós temos uma casa com jardim. São meia dúzia de metros de relva, com meia dúzia de coisas que plantamos conforme vamos tendo tempo e sempre com mais meia dúzia de dúvidas se estamos a fazer as coisas como deve ser.
Ler os livros não basta, há que saber e perceber como a natureza funciona e para isso os livros não preparam, dão uma ideia. Nós lemos uns quantos na vã esperança que fosse uma boa solução para a nossa ignorância de anos de vida na cidade com varandas de plantas a morrer à sede. Depois, percebemos que os conselhos da Dona Maria produzem melhores resultados. Por isso, guardámos os livros e quando uma planta começa a definhar vamos ter com ela.
É verdadeiramente engraçada esta relação que se estabelece com meia dúzia de metros de terra. De tudo lhe chamamos. A maioria das vezes chamo-lhe jardim (nos meus sonhos é) mas também lhe chamamos quintal, terra e, hoje, quando o R se saiu com terreno não consegui evitar dar uma gargalhada. A medida dos nossos sonhos e a realidade que para nós criamos, vê-se aqui, na terminologia que usamos para meia dúzia de metros de terra.
Agora, no sentido que a palavra tem, a piolha corre atrás do pai em cima da relva. Somos felizes no jardim-quintal-terra-terreno.