sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Bordar, gosto tanto; Embroidery, I love you so

Comecei a bordar a meio de Dezembro, o ano acabava e eu sem conseguir coser. Passei de curiosa a praticante depois de ver os vídeos do curso de bordado grátis da Ana Isabel Ramos, do Air e recomendo vivamente. 
Muitas vezes o que mais custa é começar, quebrar a barreira do que nos prende às ideias que tínhamos de uma coisa e começar é mesmo construir uma realidade, a nossa. No meu caso, foi encontrar algo que sei, que sinto, que adoro. 
Aprendi muito em quase três meses, sou o tipo de pessoa que vê 30 000 vídeos, procura livros, dicas e truques, fico obcecada (parcialmente, sejamos gentis) com uma coisa e quero saber tudo, aprender tudo. Todos estes projectos me deram algo, me ensinaram algo, e essa é para mim a grande felicidade de aprender e de fazer. 
Bordar, é uma arte das mãos e do traço. É meditativo e cada ponto leva uma parte de mim. Da minha atenção e do meu carinho, da minha dedicação, da minha criatividade. Outra vantagem maravilhosa é que dá para levar na mala e fazer em qualquer lado! Sim, para uma fazedora compulsiva como eu, isto é uma vantagem maravilhosa. 
Tenho feito bastantes projectos mas foram todos para oferecer, o único que vai ficar cá por casa é o que fiz para ele, o meu R. Deixo-vos adivinhar qual é das fotos abaixo ;-) 

I started to embroider in the middle of December, the year was almost over and I had no time to sew. I went from curious to practitioner after seeing the videos of the free embroidery course of Ana Isabel Ramos, Air, and I strongly recommend it. 
Often, what´s harder is to start, to break the barrier of what holds us to the ideas we preconceived and to begin is to build a reality, ours. In my case, I found something that I know, that I feel, that I love. 

I've learned a lot in almost three months, I'm the kind of person who sees 30,000 videos, looks for books, tips and tricks, I get obsessed (partially, lets be kind) with one thing and I want to know everything, learn everything. All these projects gave me something, taught me something, and this is for me the greatest happiness of learning and doing.
Embroidering is an art of hands and trace. It is meditative and each small stitch takes a part of me. Of my attention and of my affection, of my dedication, of my creativity. Another wonderful advantage is that you can pack and carry it anywhere! Yes, for a compulsive doer like me, this is a wonderful advantage.
I have done a lot of projects but they were all to offer, the only one that will be staying at home is what I did for him, my R. I'll let you guess which one if from the photos below ;-)









Illustration by Ana Sílvia Agostinho, from the book Mamã Cartoon. 

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

2017 em Fevereiro

Sim, 2017 já vai com quarenta e seis dias.
Já não escrevo há tanto tempo que parece que já não sei como o fazer.  A verdade é que sempre pensei no blogue como uma extensão das minhas necessidades, uma miscelânea de temas onde a costura e a família são os pontos de referência mas onde não existe uma obrigação de fazer, de partilhar. 
Há dias uma amiga querida perguntava-me como é que eu fazia tanta coisa. Eu não sinto que faça muita coisa, pelo contrário o final de 2016 deixou-me com um sabor meio amargo na boca porque sinto muitas vezes o oposto, que não faço nem metade do que queria. Aquela frase fez-me pensar. E pensar. Cheguei a uma conclusão parcial.
Claro que ter filhos pequenos e obrigações diárias não ajuda mas o problema não é o que faço ou deixo de fazer, é sentir que faço pouco daquelas coisas que me fazem crescer enquanto pessoa, aquelas coisas que são essenciais para nos mantermos sãos, felizes, plenos. Partindo do principio que isso existe para todos e que se manifesta da mesma forma. Eu, muitas vezes, tenho dúvidas. Duvido de mim frequentemente e hesito, mastigo ideias como as vacas ruminam a erva. Porque não tenho tempo, porque não é a hora, porque não sinto que esteja certo, porque podia fazer melhor. É difícil sermos responsáveis pela nossa vida. No entanto, o momento do salto é mágico. O começar algo novo (seja o que for), o lançar o corpo no vazio traz aquele frio na barriga que sinto cada vez que a montanha-russa começa a andar. 
Para 2017 quero mais fazer do que me faz feliz, seja brincar com as minhas filhas, jantar sushi com a minha amiga-terapeuta-tia-emprestada-musa-dos-dias-duros, seja bordar em vez de dobrar a roupa ou ficar sentada sem fazer nada só porque sim, seja falar mais com o meu R, ou dizer sim a sonhos novos. Quero menos desejar e mais trabalhar para, pontinho por pontinho, construir a minha vida como ela faz sentido. Para mim.