Sempre fui uma rapariga da cidade. Dos cafés, restaurantes, cinemas, bares, do barulho dos carros e das motas, dos centros comerciais, das correrias e atropelos. Agora vivo no campo. Foi escolha minha. Escolha nossa. Escolha que se impôs naquilo que é a vida que queremos. Gosto tanto. Gosto muito mais do que supus.
Sair porta fora e andar sozinha no meio destes caminhos de árvores, pedra e lama não é natural para mim, não é inato e não sabe a memória. Sabe a estranho, a adrenalina, a sentidos alerta. Embora já tenha muitas vezes feito este caminho com outros, agora parece tão diferente. Não há vozes para me distrair e não estou concentrada neles mas sim onde ponho os pés, na pulsação do meu coração, no som que o casaco impermeável que tenho vestido faz. Trinta e cinco minutos a andar pelo meio das árvores, por caminhos de lama, a saltar para não cair e a sentir-me ridícula com o meu mini chapéu de chuva na mão que, só por causa das coisas, não abri.
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Escrevam-me de volta. Gosto de saber que não estou a "falar" sozinha.... :-)