Gosto de ir a casa dos meus pais e ver que ainda tenho lá o meu quarto. Como mãe que sou, acho que é das coisas que os meus pais me deram que mais aprecio. Não me passa ao lado o simbolismo inerente a isso e imagino que se houvesse falta de espaço talvez as minhas coisas de uma vida passada já tivessem sido despojadas para um canto em vez de continuarem todas no sitio em que as deixei.
Quando vim morar com o R. deixei coisas que não cabiam, que já não gostava assim tanto e outras tantas, com desculpas do género, para trás. No fim do primeiro ano a vivermos juntos percebi que só tinha levado para casa dele as roupas, tudo o resto ficará em casa dos meus pais. Foi nessa altura que gradualmente a casa do R. se tornou a nossa casa e deixou de ter uma decoração minimalista para um cheia de cor e coisas por todo o lado!
Desço para o pequeno-almoço e lá está ela, a minha caneca do café branca com uma enorme flor azul, tão velhinha que parece que se vai partir a qualquer momento. Se o quarto me aquece o coração, a caneca dá o golpe final e considero a hipótese de a pôr na mala para a trazer comigo mas, depois de a usar, deixo-a no mesmo sitio onde a encontrei.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Escrevam-me de volta. Gosto de saber que não estou a "falar" sozinha.... :-)