Preciso de todos os meus lados. Não sou um diamante em bruto, por mais que essa imagem possa corresponder a uma ideia que agrade a muitos. Gosto muito mais da maneira como o sol brilha em todos os meus lados polidos pelos meus quase trinta e quatro.
Deu trabalho. Deu muito trabalho chegar aqui e ser assim, foram anos a ouvir o coração e ocasionalmente a razão, de aprender com os erros, de viver amores, de joelhos arranhados, de me perder e encontrar, de ir atrás dos sonhos que me governam.
Ser mãe não me diminui como mulher, não me restringe como filha, não me penaliza como amiga, não me condiciona como profissional, não me atrasa como o todo que sou. Ser mulher, filha, amiga, profissional não minora o amor que sinto pela minha filha. Esse, cresce sobejamente e fica gordo pelo todo que lhe dou, o meu reflexo a brilhar nos seus lados para que um dia ela também seja mulher, amiga, filha, profissional e o mais que queira. É importante que assim seja, que tudo tenha o seu lugar, o seu peso reajustado. Horas e momentos mudam o lado que se vira para o sol. Mas todos se viram para o sol. Todos precisam de ser nutridos. Esta é a minha vida e eu estou a vivê-la agora. Não ontem, não amanhã, hoje.
Anular um destes lados, abafá-lo ou negligenciá-lo pode deixar-me coxa. Eu não quero ser coxa. Nada contra os coxos. Só não nasci assim, conheço outra realidade. Outro andar é o meu.
Quase 34.
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Escrevam-me de volta. Gosto de saber que não estou a "falar" sozinha.... :-)