segunda-feira, 31 de março de 2014

Verdade, verdadinha

É incrível a quantidade de pessoas que se acham donas da verdade, como se a verdade fosse um bicho fácil de domar mas só por elas, seres iluminados. Quando fiquei grávida aprendi a fugir a sete pés destas pessoas, hábito que mantenho desde então. No entanto, além de donas da verdade, este tipo de pessoas são também valentes corredoras e volta e meia, nos dias em que ando mais distraída, aparecem de repente e ficam coladas a mim.
Nessas ocasiões é vê-las agarradas aos livros que leram, às histórias que ouviram, ao que as primas, tias, amigas ou a vizinha que viram três vezes o ano passado, lhes disse, e que elas agora nos querem impingir como verdades definitivas e absolutas.
É também nessas alturas que solto o meu olhar 33 e me apetecer vingar das noites mal dormidas, dos chocolates que deixo de comer todos os dias, das parvoíces que já ouvi repetidas mil vezes. Mas em vez disso, num exercício que começo a dominar, solto um sorriso e digo com a voz mais séria que consigo "tens razão, obrigada pela dica". Já desisti de fazer o papel que elas fazem. O que é que eu aprendi? Para a próxima quando vir aquela, tenho que correr mais rápido.

4 comentários:

Escrevam-me de volta. Gosto de saber que não estou a "falar" sozinha.... :-)