quarta-feira, 5 de março de 2014

Totós

Hoje li um post de um sr que falava sobre pessoas como eu. Mães que escrevem um blogue. No seu post ele estava focado no facto de sermos mães, como se depois de o sermos não houvesse espaço para sermos mais nada. Apesar de ser escrito num tom bastante insultuoso e ignorante (como o são todos os preconceitos), fez-me mais bem que mal. Fiquei a pensar no que ele tinha escrito e tudo o que tiver esse poder, não é necessariamente mau. 
É verdade. Somos dominadas pelos nossos filhos, a nossa atenção vai para eles quase toda. Assim como o nosso tempo, a nossa dedicação, o nosso empenho, os nossos esforços, as nossas esperanças, o nosso amor, o nosso suor, o nosso desespero, a melhor parte do pão, uma grande parte do nosso dinheiro, o nosso muito precioso sono. Chama-se a isso, antes de mais nada, instinto. A maioria das mães que conheço, mesmo que não tenham sentido um amor instantâneo pelos seus filhos (aquele de que tanto se fala e que eu não soube o que era), sentem a necessidade de os proteger, de os acalmar, de os saciar, de os embalar. Depois, veio o AMOR, ou vem o amor... e esse amor, semelhante a qualquer forma de AMOR, faz de nós uns totós aos olhos dos que não sentem, ou nunca experienciaram tal coisa! Faz de nós uns totós que abdicam (SIM, É VOLUNTÁRIO) de ir ao cinema, que deixam de comer qualquer coisa rápida e carregadinha de queijo para passar a fazer sopa, que passam horas a falar das novas façanhas dos filhos como se cada gesto e proeza já não tivesse sido perpetuado milhões de vezes ao longo da história por milhões de outros miúdos. Que totós pá!
No final, porque já vai longo este post e esta mãezinha tem que voltar para o seu trabalho, o que me entristece é simplesmente o facto de que este deve ser um homem que não conhece este AMOR. Não sabe nada do que ele significa ou das coisas que por ele somos capazes de fazer. Pergunto-me ainda, que tipo de filho será.

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Escrevam-me de volta. Gosto de saber que não estou a "falar" sozinha.... :-)