terça-feira, 24 de novembro de 2015

Apagar.

O meu telemóvel tem uma lista pequena de números favoritos, os números das pessoas mais perto de mim, aquelas a quem telefonar se um cano rebentar, se me doer a cabeça, se me apetecer chorar porque estou a ter um dia particularmente mau, se um pneu furar ou se tiver que ir a correr para o hospital. O R encabeça essa lista. É uma lista pequena porque apesar de me sentir uma abençoada são poucas as pessoas a quem poderia pedir ajuda em qualquer um ou todas as situações acima. 
Hoje, depois de me trancar na rua com a minha bebé a dormir no sofá, depois de chorar ao telefone em desespero porque não conseguia abrir a porta com a chave enferrujada das emergências, depois de abrir a porta e perceber que a minha pequena Sara continuava a dormir pacificamente, sentei-me no sofá, olhei para o telefone e reparei pela primeira vez numa semana e dois dias que vou ter que apagar o número cinco da minha lista de favoritos. 
Vou ter que apagar aquele número. Pelo tempo verbal que usei na frase anterior dá para perceber que ainda não o fiz. Não consigo mesmo. Se eu ligar, ninguém vai atender. O vazio de um número de telemóvel a lembrar-me, com demasiada força, o vazio que perder alguém que amamos nos deixa. 

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Quem está na casa de banho?

Comprei este livro porque estava em promoção na Fnac.pt. Não conhecia o seu interior e não fazia ideia se realmente valia a pena. Embora em termos de tradução tenha algumas pequenas coisas que podiam ser limadas (coisa que infelizmente é comum a muitos livros infantis), foi uma surpresa boa. A minha Miss Caracolinhos adora a brincadeira e mesmo já sabendo o fim da história fica em expectativa até ao final. Que doce forma esta a de viver os livros. 
Já tinha saudades de falar de livros por aqui. Todos os dias lhe lemos uma história, ou duas, ou três quando o tempo e o cansaço o permite e posso dizer-vos que é tudo aquilo que sonhei que ia ser. Sim, porque é com estes momentos que sonhei quando pensei que ia ser mãe.. certamente não eram as fraldas ou as noites sem dormir :-). Que dizer? Sou uma romântica.