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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Bordar, gosto tanto; Embroidery, I love you so

Comecei a bordar a meio de Dezembro, o ano acabava e eu sem conseguir coser. Passei de curiosa a praticante depois de ver os vídeos do curso de bordado grátis da Ana Isabel Ramos, do Air e recomendo vivamente. 
Muitas vezes o que mais custa é começar, quebrar a barreira do que nos prende às ideias que tínhamos de uma coisa e começar é mesmo construir uma realidade, a nossa. No meu caso, foi encontrar algo que sei, que sinto, que adoro. 
Aprendi muito em quase três meses, sou o tipo de pessoa que vê 30 000 vídeos, procura livros, dicas e truques, fico obcecada (parcialmente, sejamos gentis) com uma coisa e quero saber tudo, aprender tudo. Todos estes projectos me deram algo, me ensinaram algo, e essa é para mim a grande felicidade de aprender e de fazer. 
Bordar, é uma arte das mãos e do traço. É meditativo e cada ponto leva uma parte de mim. Da minha atenção e do meu carinho, da minha dedicação, da minha criatividade. Outra vantagem maravilhosa é que dá para levar na mala e fazer em qualquer lado! Sim, para uma fazedora compulsiva como eu, isto é uma vantagem maravilhosa. 
Tenho feito bastantes projectos mas foram todos para oferecer, o único que vai ficar cá por casa é o que fiz para ele, o meu R. Deixo-vos adivinhar qual é das fotos abaixo ;-) 

I started to embroider in the middle of December, the year was almost over and I had no time to sew. I went from curious to practitioner after seeing the videos of the free embroidery course of Ana Isabel Ramos, Air, and I strongly recommend it. 
Often, what´s harder is to start, to break the barrier of what holds us to the ideas we preconceived and to begin is to build a reality, ours. In my case, I found something that I know, that I feel, that I love. 

I've learned a lot in almost three months, I'm the kind of person who sees 30,000 videos, looks for books, tips and tricks, I get obsessed (partially, lets be kind) with one thing and I want to know everything, learn everything. All these projects gave me something, taught me something, and this is for me the greatest happiness of learning and doing.
Embroidering is an art of hands and trace. It is meditative and each small stitch takes a part of me. Of my attention and of my affection, of my dedication, of my creativity. Another wonderful advantage is that you can pack and carry it anywhere! Yes, for a compulsive doer like me, this is a wonderful advantage.
I have done a lot of projects but they were all to offer, the only one that will be staying at home is what I did for him, my R. I'll let you guess which one if from the photos below ;-)









Illustration by Ana Sílvia Agostinho, from the book Mamã Cartoon. 

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

2017 em Fevereiro

Sim, 2017 já vai com quarenta e seis dias.
Já não escrevo há tanto tempo que parece que já não sei como o fazer.  A verdade é que sempre pensei no blogue como uma extensão das minhas necessidades, uma miscelânea de temas onde a costura e a família são os pontos de referência mas onde não existe uma obrigação de fazer, de partilhar. 
Há dias uma amiga querida perguntava-me como é que eu fazia tanta coisa. Eu não sinto que faça muita coisa, pelo contrário o final de 2016 deixou-me com um sabor meio amargo na boca porque sinto muitas vezes o oposto, que não faço nem metade do que queria. Aquela frase fez-me pensar. E pensar. Cheguei a uma conclusão parcial.
Claro que ter filhos pequenos e obrigações diárias não ajuda mas o problema não é o que faço ou deixo de fazer, é sentir que faço pouco daquelas coisas que me fazem crescer enquanto pessoa, aquelas coisas que são essenciais para nos mantermos sãos, felizes, plenos. Partindo do principio que isso existe para todos e que se manifesta da mesma forma. Eu, muitas vezes, tenho dúvidas. Duvido de mim frequentemente e hesito, mastigo ideias como as vacas ruminam a erva. Porque não tenho tempo, porque não é a hora, porque não sinto que esteja certo, porque podia fazer melhor. É difícil sermos responsáveis pela nossa vida. No entanto, o momento do salto é mágico. O começar algo novo (seja o que for), o lançar o corpo no vazio traz aquele frio na barriga que sinto cada vez que a montanha-russa começa a andar. 
Para 2017 quero mais fazer do que me faz feliz, seja brincar com as minhas filhas, jantar sushi com a minha amiga-terapeuta-tia-emprestada-musa-dos-dias-duros, seja bordar em vez de dobrar a roupa ou ficar sentada sem fazer nada só porque sim, seja falar mais com o meu R, ou dizer sim a sonhos novos. Quero menos desejar e mais trabalhar para, pontinho por pontinho, construir a minha vida como ela faz sentido. Para mim. 

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Visible mending; Remendos visíveis

(scroll down for english)
Eu sou muito esquisita com as calças de ganga, por isso, uso as calças que gosto até à exaustão. Isso implica que, volta e meia, tenha que lhes meter uns remendos. Com o tempo e a experiência, fui aprendendo algumas dicas sobre como o fazer. Atenção que os meus remendos são visíveis, não estou a falar daqueles que quase ninguém repara que existem, os meus têm imperfeições, são grandes e coloridos, são cheios de carácter. Portanto, se estavam à espera dos «disfarçados», desculpem mas este post não é para vocês. ;-)
As fotos não são da melhor qualidade, faço este tipo de coisas à noite e à mão, por isso, não há uma boa luz e as fotos são tiradas do telemóvel. No entanto, acho que é perceptível o processo e isso é o mais importante, não é? (vá lá, digam que sim!)

É um processo simples. Primeiro meto um tecido que gosto pelo lado de dentro das calças e por cima meto uma entretela termocolante para estabilizar o tecido, depois, com o uso do ferro de passar a ferro, «colo» as três partes. A entretela prende o tecido as calças dando estabilidade e assim é mais fácil de coser e dá mais resistência ao remendo. Esta entretela pode ser comprada em várias retrosarias, na Feira dos Tecidos, etc. Eu usei uma que também se usa para as malhas (jersey e afins) porque é uma das que gosto mais. Não puxem demasiado a linha ao coser e façam vários pontos de uma só vez para não se cansarem tanto.  Por uma questão de gosto pessoal eu uso um ponto corrido para prender os tecidos, mas existem muitas, muitas opções...
Se fizerem uma pesquisa encontram muitas outras formas do fazer. Para mim, faz-me lembrar a técnica de Sashiko embora já tenha aprendido que esta técnica é bastante mais complexa do que aparenta quando fiz um workshop no Fundação Oriente. No entanto, a ideia é a mesma, reforçar, usar novamente, reciclar o que temos e gostamos.

I am very picky when it comes to jeans, so I use the the ones I love to exhaustion. This implies that, now and again, I have to mend them. With time and experience, I learned a few tips on how to do this. Please note that my mending is visible, I'm not talking about those that hardly anyone notices, mine have imperfections, are big and colorful, are full of character. So if you were waiting for the 'disguised' ones, sorry but this post is not for you. ;-)
The photos are not of the best quality, I do this sort of thing at night and by hand, so there is not a good light and the pictures are taken on the phone. However, I think the process is noticeable and that is the most important... (please say it is!)

It is a simple process. I use a fabric I like on the inside of the pants and over it a fusible interfacing to stabilize the fabrics, then, with the use of the iron to iron, I «glue» the three parties. The interfacing holds the pants giving stability and thus it is easier to sew and gives more resistance to the mending. I used interfacing used for knits because its the one I like best. Don't pull the thread too much when sewing and make several rows at once to not get tired so much. As a matter of personal taste I use a running stitch to hold the fabric, but there are many, many options ...
If you do a search there are many other ways of doing. For me, it reminds me of the Sashiko technique although I have learned that this technique is much more complex than meets the eye when I did a workshop in Fundação Oriente. However, the idea is the same, strengthen, reuse, recycle what we have and love.






































São as tattoos das minhas calças.
They are like my jeans tattoos ;-)

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Sobre medo e coragem.

Tenho escrito pouco sobre nós por aqui, sobre mim, elas e ele. Sinto falta disso, tenho mesmo que fazê-lo mais. Ajuda-me a reflectir sobre o que aconteceu porque no meio da pressa, do correr de um dia de semana, do lava os dentes e veste a roupa, calça os sapatos ou come a fruta, atender o telefone ou apanhar a roupa, passam momentos que não conseguimos verdadeiramente aproveitar. Não há mal nisso. Era loucura, pelo menos para mim, exigir isso a mim mesma. Em vez disso, faço um esforço por esmiuçar os que me deixaram um sentimento, seja ele qual for. Esses são os prioritários, o resto vou deixando a vida cuidar.
Com a Sara a entrar para a creche, embora num horário mais privilegiado, os meu dias e ritmos mudaram. Dou por mim a ter mais tempo para pensar, o que nem sempre é bom. Também isso é um caminho a percorrer, uma aprendizagem a fazer.
A minha filha mais velha... ainda me parece estranho começar uma frase assim, porque será? A minha filha mais velha quer andar de trenó, quer neve. Hoje de manhã, explicávamos-lhe que neve só na Serra da Estrela e que era longe, que não conseguíamos ir lá com facilidade e que esse desejo teria que ficar para outra hora. Logo de seguida ela começou a dizer que tinha medo, que estava com medo de andar de trenó. O R sugeriu que ela podia andar com ele e que aos poucos ela habituar-se-ia e deixaria de ter medo. Ela insistiu no medo, na sua falta de coragem.
Que ideia errada e tão comum, não é? Ter medo não é ter falta de coragem. Ter medo é a resposta inconsciente minha filha, é o teu corpo, o teu cérebro a reconhecer o desconhecido, não é falta de coragem. Falta de coragem é não ir mesmo assim porque te domina o medo, coisa que tu habitualmente não fazes. Coragem é qualquer escolha que tu faças, andar de trenó ou não, desde que não seja o medo a decidir.  Por isso, eu lembrei-te daquele dia do insuflável. O dia em que tu subiste as escadas de um insuflável gigante, no meio de miúdos muito mais velhos que tu que se empurravam e que te empurravam e, lá do alto, olhas para mim e sou eu que estou cheia de medo. E aí vens tu por aí abaixo, a escorregar.
O teu medo transformado em coragem, filha, o meu medo transformado em orgulho.


quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Outubro no jardim

Sinto que temos aproveitado estes dias de sol de Outubro. 
Fazemos um esforço para chegar cedo a casa e vamos para o jardim que nos tem oferecido framboesas em quantidade. Comemos directamente da planta. Só lavamos aquelas em que se vê o rastro dos caracóis, o resto é devorado no momento pelas duas pardalitas que me rondam as pernas. Está tudo verde e os dióspiros estão a ficar maduros. 
Não há como o jardim, como a natureza para mostrar que a vida brota, teima, cresce e sempre se renova. Seja na flor que nasce, ano após ano, cada vez mais bonita e forte, seja na planta que aparece dois metros à frente de onde está a sua origem e não sabemos bem que vento a levou. Para mim, estes ciclos são calmantes. Reconforta-me ver que agora as folhas vão começar a cair, que a planta perde as flores mas não tarda elas brotam novamente, que o fruto vêm depois da flor. Ajuda-me a lidar com as outras mudanças, as que não seguem uma ordem natural ou predefinida.
Esta é a minha luz favorita, o cheiro que me mais me apetece e os momentos que não trocava.  

 

Esta é a flor da Lúcia-lima. É uma cor fabulosa e de uma delicadeza incrivelmente bonita.
 


  

































segunda-feira, 25 de julho de 2016

36.

Fiz 36 anos e nem acredito. Nunca têm aquela sensação de "como/quando é que isto aconteceu"? Eu tenho, muito esporadicamente mas tenho. Normalmente é quando faço anos ou quando estou tão cansada que só me apetecia ser pequenina para não ser eu a mãe. Também tenho dias desses por aqui. E é dessa premissa que começam estes meus 36 anos.

Não sei como é que isto aconteceu, como cheguei aqui tão depressa, como vivi tanta emoção forte, avassaladora e aterrorizante, como aprendi e cresci com os outros - de dentro para fora e de fora para dentro tantas vezes, como se deu o milagre da vida dentro de mim para que dois seres tão distintos e tão lindos me chamem de mãe, como cheguei aqui e para onde vou em seguida. Sinto que este vai ser mais um ano de mudanças que se atropelam no caminho para ver quem chega primeiro. E, se há momentos em que isso me faz parar, não há nada como a realidade destes 36 anos para me trazer de volta. Uma realidade cheia de coisas que funcionam de bóia em mar tumultuoso. Ele, elas, eu.

Tenho tendência a olhar para o que me rodeia mais intensamente quando chega este dia. Como se estivesse parada a ver o filme de fora. É um exercício de esforço num mundo de tantos estímulos e distracções. Um que faço por mim, como uma prenda que me dou.
Clichés à parte (ou não), perceber que sou feliz é perceber que mudava muito pouco nesta vida que é a minha agora. É aceitar que as minhas escolhas estão longe de ser as que imaginei que seriam há cinco anos atrás, mas que isso não tem nada de mal. É ver que a vida ainda não se escreveu e alinhou como pensei que faria por esta altura, mas isso não tem nada de mal. É acreditar que aquilo que vem é sempre vivido para me dar algo se eu assim o quiser e estiver disposta a receber. É perceber que aos 36 podemos estar a começar algo exactamente como fizemos aos 30, aos 25, aos 11 ou aos 6, mas isso também não tem nada de mal. É fazer um esforço, voluntário, para compreender que a vida anda sempre para a frente mesmo que o nosso coração, ocasionalmente, pare por uns segundos. É não esquecer que o mais importante já por cá anda e que as vozes dos outros são o coro mas o solo é meu, só meu.

O nosso pequeno mundo a 3+1 está mais rico em experiência, maior em amor e um pouco mais velho em idade.



terça-feira, 31 de maio de 2016

Maio já está no final

Maio, um mês de tanta coisa boa. Os 4 anos da minha Miss Caracolinhos, este vestido, o meu vestido para o casamento de uma amiga maravilhosa (daquelas que sabem que nós não gostamos de ovos estrelados e nunca se esquecem destas pequenas coisas), experiências e mais experiências com pinças, tamanhos e tecidos, os calções para o pequeno Martim.
Esta coisa da costura tem servido para muito mais do ter roupa nova, tem servido para que eu me conheça e aos meus limites, que admita as minhas falhas e que perceba o quanto sou perseverante (ou teimosa, chamem-lhe o nome que quiserem). Tem servido para que tome consciência de quanto o criar me motiva e impulsiona e o quanto ainda tenho a caminhar não só na costura mas também na vida. Tenho tantas perguntas e por vezes encontro-as aqui, entre as linhas com que coso tecidos, com que construo a nossa vida.

Há uma canção que diz:
Maio já está no final, é hora de se mover.



quarta-feira, 20 de abril de 2016

Instantâneos ou Instagram

Ultimamente, por falta de tempo, preguiça ou genica, acabo por não publicar no blogue muito do que faço mas dou por mim a fazê-lo no Instagram. 
São realmente instantâneos da vida que vamos deixando por lá. Presentes para a memória ser guardada em cores.

Lately, for lack of time, laziness or will, I don't publish on the blog much of what I do but I find myself doing it on Instagram.
They are small snapshots of life that we leave there. Gifts for the memory stored in color.















Vestido novo da Miss Caracolinhos, cheio de zebras. Um cone de alecrim para oferecer. Vivo prateado que comprei sem saber bem para quê e acabei por usar para mim. Tecidos novos e velhos nas cores que me apaixonam. Eu na camisola lá de cima com o vivo prateado nas mangas e na gola. Mais umas calças do livro Sew Chic Kids (já falei aqui e aqui da minha adoração por este molde). Uma baleia chamada Flores. O vestido novo da Sara (prometo que em breve mostro). Os livros que ando a coleccionar. 

Miss Caracolinhos new dress, full of zebras. A rosemary cone to offer. Silver piping I bought without knowing what for and I ended up using it for me. Old and new fabrics in colors that move me. A sweatshirt with the silver piping on the sleeves and collar. More trousers from Sew Chic Kids (I have spoken here and here of my adoration for this pattern). A whale called Flores. Sara's new dress (I promise to show it soon). The books I've been collecting.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Apagar.

O meu telemóvel tem uma lista pequena de números favoritos, os números das pessoas mais perto de mim, aquelas a quem telefonar se um cano rebentar, se me doer a cabeça, se me apetecer chorar porque estou a ter um dia particularmente mau, se um pneu furar ou se tiver que ir a correr para o hospital. O R encabeça essa lista. É uma lista pequena porque apesar de me sentir uma abençoada são poucas as pessoas a quem poderia pedir ajuda em qualquer um ou todas as situações acima. 
Hoje, depois de me trancar na rua com a minha bebé a dormir no sofá, depois de chorar ao telefone em desespero porque não conseguia abrir a porta com a chave enferrujada das emergências, depois de abrir a porta e perceber que a minha pequena Sara continuava a dormir pacificamente, sentei-me no sofá, olhei para o telefone e reparei pela primeira vez numa semana e dois dias que vou ter que apagar o número cinco da minha lista de favoritos. 
Vou ter que apagar aquele número. Pelo tempo verbal que usei na frase anterior dá para perceber que ainda não o fiz. Não consigo mesmo. Se eu ligar, ninguém vai atender. O vazio de um número de telemóvel a lembrar-me, com demasiada força, o vazio que perder alguém que amamos nos deixa. 

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Banda sonora para hoje

Porque os teus abraços são os melhores, têm tudo dentro deles. Passado, presente e futuro. 

I thought love wasn't meant to last
I thought you were just passing through 
If I ever get the nerve to ask 
What did I get right to deserve somebody like you? 
I wasn't expecting that 


quinta-feira, 18 de junho de 2015

Ela dorme...

Ela dorme. Ela mama. Ela dorme. Ela grita porque não fala. Quer atenção. Não quer estar sozinha. E lá vou eu, ou ele, ou ela. A correr. 
A nossa pequena Sara é uma bebé maravilhosa que cresce a olhos vistos. Está quase sempre bem disposta e sorri muito exibindo umas gengivas rosadas que me derretem completamente. Abre os olhos, estica a mão e estamos sobre o seu domínio. É feita de pregas esta minha filha. De pregas e um cheiro maravilhoso. Doce. Insinuante. 
Eu estou doente novamente, depois de umas dolorosas mastites nada como uma bela pneumonia para dar conta do recado. Digo a mim própria que deve ser da idade. Quase 35. Quase 35. Quase 35. Nem acredito, quase 35. E a mãe sou eu. A mãe de duas pequenas. 
A melhor das realidades é esta, aquela que eu construo todos os dias com elas. Sentadas no sofá a ver Alice no País das Maravilhas, a dar banho a pés pequeninos, enroscadas na cama a dar de mamar nas tardes de calor, a lavar as cerejas enquanto encharca a roupa e o tapete, a fazer bolas de sabão no jardim... pequenos momentos que me fazem feliz. Porque como diz a Cris "os dias são longos, mas os anos são curtos". Já li este texto umas 3 vezes. Quando me senti cansada, quando me senti desanimada e quando me senti frustada. Porque ser mãe (sem mais acrescentos aqui) também é feito desses sentimentos, dessas realidades. Menos bons, igualmente válidos.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Around the World Blog Hop



When Krista from helmojajahepeneita (amazing lady, just check the dresses she made for her this week, adorable mother of four) nominated me I was very surprised but pleased of course, I agree with her that this is a very nice idea and a great way to meet and introduce new blogs. 
So, thank you Krista! 


What am I working on?
Actually I'm working on my first quilt. I always wanted to make one, a simple square quilt but I kept postponing that project. Now that a new baby is coming along in April (or maybe in the end of March), I felt that I should do it now. It has been a very interesting process and I'm in love with the outcome already and I'm just at the beginning. ( I'm having a little help from another fantastic lady/mother/blogger/you name it, you might know from saidos da concha
After the quilt, I'm going to make two very different dresses for my little one, Miss Caracolinhos, that are already on my cutting table... one more classical and a knit one.

How does my work differ from others in its genre?
Honestly, I don't know. I try to look to others as an inspiration not in comparison because otherwise I would freeze and do nothing. :-) I'm relatively new at this sewing business and there are numerous sewing bloggers that are more creative, more proficient and even more talented as a whole than me so I try to do as Tina Fey says and just do my thing. (I think this is a survival method because I could spend hours just looking at blogs, admiring other people's work and not doing a thing myself because I feel "they" just did something so beautiful that I could never do a thing that compares... nuts? probably...)

Why do I create what I do?
It's a need. A need for a clear mind, for busy hands, for that feeling you get when you finish turning a beautiful fabric into something even better. The rush I get when I look back in pride and I say I did it... well, when someone says it is nice too. :-) Nowadays my little girl says it all the time!

How does my creative process work?
Simple, I fall in love. When I started I fell in love with a fabric and then I went from there. Now, after the bug-pattern caught me, I normally fall in love with a pattern, I buy it and then I search for the right fabric for it. I've bought fabric from everywhere, the local market or japan, as long as I love it (not like it, huge difference) and I can afford it... I wish I could buy more (I bet 98% of the ones who are reading this can relate) but I have to buy food also. ;-) 


And now it's finally time to reveal the two bloggers I choose to pass along these questions!

They are both beautiful, honest, funny and very talented ladies that inspire me in different ways... so I'm grateful they crossed my path.

Rita from conversas de hermanas and Magda from house of estrela.

I'm in no way responsible if you get addicted to their blogs! :-)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Lenços e memórias

O meu avô usava lenços de mão todos os dias. Usava lenços de tecido, não lenços de papel. Lenços que ainda hoje duram, que mesmo depois de ele já não os usar continuam à espera de ser usados, numa gaveta guardados. 
Adoro essa memória, a memória dos lenços do meu avô, a memória do meu avô com os seus lenços. Ando muito saudosista com a aproximação de uma nova vida que chega, eu sei. 
Quando a minha mãe abriu a gaveta dos lenços dela e me disse para escolher o que quisesse, eu peguei numa série deles sem nenhum pudor. Trouxe-os comigo, nem sei bem para que fins mas não quero perdê-los. 
Não sei como mas quero novas memórias.
Quero criar novas memórias. 


terça-feira, 6 de janeiro de 2015

My top 5

A minha amiga Magda fez, nos últimos dias do ano, uma análise muito gira em forma de vários posts sobre o que melhor e pior tinha corrido no seu ano, reflexões e objectivos para 2015, tudo no que diz respeito à costura.... Eu fiquei a pensar naquela ideia e prometi a mim mesma que, para o ano, vou fazer uma coisa mais composta como ela mas que este ano vou fazer uma miscelânea copiando um bocadinho a sua boa ideia. 
Assim surgem o meu top 5 mas de tudo junto... ou seja, uma coisa que correu mesmo bem, uma que correu mal e porquê, duas reflexões sobre a experiência do último ano em costura e um objectivo para o próximo ano. (Sim, só um objectivo grande para 2015, vem ai outro bebé que vai precisar muito da mãe, keep it simple é um objectivo pessoal. ;-) ) 

1 - Mesmo bem - (esta é das mais custosas) gostei de tantas coisas que fiz para a minha piolha que seria demasiado complicado escolher, por isso, escolho o vestido que fiz para mim...!!! Podem espreitar aqui, se quiserem ver do que estou a falar. 
2 - Mesmo mal - (fácil, fácil...) esta saia, que apesar de ter instruções maravilhosas e de o tecido ser lindo e super macio, a minha piolha só usou (acho eu) uma única vez... de alguma forma consegui fazer uma peça demasiado curta!!! Estava minúscula! 
3 - Reflexões - A) Fiz amigas de costura este ano que foram um dos grandes presentes que este ano me deu. Amigas que partilham a maluqueira dos tecidos, dos botões e dos moldes, com quem posso falar de todas estas coisas sem ouvir bocejos, ver revirares de olhos ou sem me sentir a doida das costurices. Amigas que me incentivaram a fazer melhor, que comigo partilharam o seu conhecimento, que me inspiram continuamente. Obrigada meninas... 
4 - Reflexões - B) Sou uma principiante e serei uma amadora durante muitos anos. Conciliar tudo o que há a aprender com a vida que quero levar, profissionalmente e pessoalmente, é verdadeiramente complicado. Tenho que apreciar cada conquista em vez de me focar nas coisas que ainda não sei fazer... 
5 - Objectivo para 2015- Fazer mais peças para mim. Comecei o ano a limpar o armário. O desapego é uma arte intrincada para mim mas de tanto praticar lá chegarei ... fazer só peças que eu amo e não gosto, porque há uma diferença gigante e porque preciso de mais simplicidade na minha vida. 



quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

2015

Enquanto vejo uma filha dormir (coisa rara que ela é o nosso despertador oficial),  sinto outra dentro de mim que me faz ver o quanto já faz parte dando-me cabeçadas, pontapés e afins com grande força. Sinto-a mexer e parece tão lógico, tão mágico e ao mesmo tempo tão estranho... Nesta fase, em que estamos quase a atingir os 6 meses, pergunto-me muitas vezes como será esta bebé. Terá as longas pestanas e enormes olhos castanhos da irmã? Partilharão o sorriso, a curva por cima do lábio ou as sobrancelhas perfeitas?
Vou ter uma bebé em 2015, uma filha pequenina que se vai chamar Sara. Alguém que estou certa de ir amar com uma força surpreendente até para mim que já me assustei da primeira vez. O meu maior desejo para 2015 é que tudo corra bem com ela, que seja saudável. Ponto. Sem outros grandes artifícios. Sem malabarismo. Que seja saudável porque tudo o resto com tempo, com amor, com paciência e dedicação esta família lhe dará. 
Depois vem a minha primeira filha, a minha Miss Caracolinhos. Desejo que ela sofra somente o inevitável com a chegada da irmã. Que eu e o R tenhamos a força, a inteligência e a sensibilidade para percebermos quando ela estiver a sofrer, para não nos zangarmos (muito) quando ela se atirar para o chão com aquela birra de ciúmes, para a abraçar quando ela mais precisar. Que continue a crescer feliz, generosa, meiga e forte como tem crescido até agora. Que se torne a maravilhosa irmã mais velha que eu sei que ela um dia vai ser. Teimosa mas maravilhosa. 
E agora nós. Eu e tu. Que sejamos mais do mesmo, já só peço isso. Que me ames da mesma forma, com a mesma doçura e carinho, com a mesma tenacidade e dedicação, com a mesma generosidade de afectos e que eu saiba, todos os dias, dar-te o valor que mereces e amar-te de volta. 

Sei que vai ser um ano duro, longo e complicado. De adaptação a um novo bebé, a uma nova dinâmica familiar, a uma nova etapa nesta vida que implica tantas pequenas coisas que seria demasiado aborrecido enumerar agora mas que farão tanta diferença no nosso dia. Não tenho ilusões ou pelo menos tento não as ter. Mas tenho e tento ter sempre, esperança. Esperança naquilo que eu posso fazer, naquilo que podemos construir juntos ou individualmente, nos alicerces que cravamos nos corações dos que amamos e que nos amam de volta.
Eu despeço-me deste ano com um sentimento de gratidão enorme por já ter tanto e estar a caminho de mais ainda.

Um 2015 com aquilo que mais precisam.




terça-feira, 23 de dezembro de 2014

A minha lista...


Mais banhos de imersão. Com muita espuma.
Mais pipocas no sofá.
Mais manhãs de sol.
Mais tardes de chuva no quentinho.
Mais beijos daqueles que importam.
Mais tecidos de cor.
Mais gargalhadas.
Mais abraços ao deitar.
Mais cartas escritas à mão.
Mais livros nas estantes da sala. E na cozinha. E na casa de banho. E no quarto.
Mais aguarelas nas paredes.
Mais fotografias do que faz bater o coração.
Mais bolos de chocolate. Com recheio de chocolate. E cobertura de chocolate. E pepitas de chocolate por cima. Para comer devagar, devagarinho.
Mais andar sem sapatos na relva. E na areia.
Mais almoços sob o sol de inverno.
Mais música para aquecer o coração e fazer os pés dançar.
Mais amigos novos.
Mais flores plantadas no jardim. Num canteiro. Num vaso.
Mais lama nos sapatos.
Mais jantares à luz de vela sem razão aparente.
Mais reciclar de roupa, de pensamentos, de tudo.
Mais fazer ronha na cama.
Mais cócegas na barriga.
Mais beijinhos à esquimó.
Mais família.

Menos medo, menos cansaço, menos sono, menos ilusões, menos dor, menos tempo desperdiçado com coisas pouco importantes, menos desilusão, menos perda. 

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

No jardim...

E perco-me nos sentidos. Um bálsamo. O cheiro, a cor, a luz, o quente do sol. 
Sento-me na rua com uma chávena de café e aqui no meio, neste canto do mundo, entre as nuvens, o cheiro da relva, os gatos que se passeiam no muro branco e as minhas flores, deixo que o mundo siga o seu caminho sem mim. 
Só por um bocadinho.